Ensinar é um exercício
de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos
aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não
morre jamais. Rubem Alves
Qual profissional é considerado a base do desenvolvimento de um país, alicerce de
todas as profissões e o sustentáculo do que é mais lúcido e inteligente entre
nós e que sem ele nem conheceríamos o significado do que somos?
Certamente você deve ter respondido que é o professor; e esses
questionamentos tiveram na verdade o intuito de destacar a importância que esse
profissional tem para a construção da cidadania de um país e, ao mesmo tempo,
provocar uma reflexão quanto aos desafios que ele enfrenta numa sociedade tão
complexa e desigual.
Quem tem acompanhado as mudanças no mundo sabe que elas não cessam
de acontecer e muitas novidades surgem diariamente. O que ontem acreditávamos
como sendo verdadeiro, já não mais defendemos hoje. Certeza mesmo só a própria incerteza.
Essas mudanças estão cada vez mais rápidas devido, sem dúvida, à
revolução da tecnologia experimentada na atual sociedade, principalmente, na
área das comunicações e da informação, exigindo que cada um de nós tenha que
ser um cidadão atualizado, rompendo muitas vezes com formas de ler o mundo,
aprendidas nos bancos escolares.
Tudo isso tem um profundo impacto sobre o professor e sua forma de
ensino, já que cria uma demanda de um novo perfil profissional que venha a
atender às novas exigências de uma relação indivíduo – profissão – sociedade.
E como fica o professor para atender a todas essas inovações
sociais, uma vez que é o profissional responsável pela construção da base do
desenvolvimento de uma nação e também o alicerce das demais profissões?
Além de atender a todas essas exigências sociais é imprescindível
que o professor também esteja muito comprometido com o desenvolvimento humano e
não somente com o repasse de conteúdos. A educação é uma ferramenta de
libertação.
Essa é uma missão bastante desafiadora, já que dela dependerá a
eficiência dos demais profissionais que obrigatoriamente passam pelas mãos
mágicas de um professor, construtor de uma cidadania crítica, pois um povo
educado é um povo que sabe respeitar o seu semelhante com ética e moral em uma
cidadania digna de um país livre.
Então, ser professor é exercer a mais refinada profissão. Um
profissional na arte de melhorar o ser humano, numa sociedade em constante
mudança, um missionário no desenvolvimento da consciência humana e social. Ser
comprometido com as pessoas e não apenas com o repasse teórico do conteúdo
curricular, mas acima de tudo com o bom uso desses conteúdos, a fim de
contribuir para a evolução da consciência do ser humano na sua complexidade.
Entendemos também que a tarefa do professor é nobre e
gratificante, mas exige um esforço e um empenho constante. Sem o professor
seria impossível conceber a sociedade em contínua evolução cultural e
científica.
Todos os profissionais dependem do desempenho do professor para colocar
em prática com competência e habilidade tudo que com os mestres aprenderam.
Diante de todas essas afirmações, a profissão docente abrange
tantas singularidades que fica quase impossível citar todas elas, entretanto,
essas reflexões têm o objetivo maior de chamar a atenção de todos os
profissionais, para destacar a importância que um professor exerce numa nação
e, assim, valorizar sua preciosa e imprescindível contribuição.
A atuação de verdadeiros educadores representa a prevenção social
tão desejada, contra profissionais inconscientes de suas funções na construção
de uma sociedade mais justa e melhor.
Acreditamos que não há dinheiro que pague a recompensa de “ser um
idealizador de sonhos e um transformador de realidades”, como bem foi dito por
Paulo Freire, o maior exemplo de professor que o nosso país já viu. E você
também acredita nisso?
Yêdda Freire
Pedagoga
e Especialista em Leitura e Formação do Leitor. Coordenadora Estadual da
Educação Infantil no Programa PAIC/SEDUC e Orientadora de estudos no
PNAIC-Programa de Formação do Professor Alfabetizador/MEC.