E.E.F.M. Padre Luís Filgueiras

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Menino de 13 anos cursa três faculdades na Argentina



Você passa anos estudando, suando para se preparar para o vestibular. Após conseguir a vaga na universidade, encontra ao seu lado um novo colega... com 13 anos de idade. Não bastasse começar tão cedo o ensino superior, o argentino Kouichi Cruz ainda faz três cursos ao mesmo tempo.
O menino estuda na Universidade de Córdoba os cursos de matemática, engenharia informática e ciências econômicas. Ele é filho único e, como os pais trabalham na Espanha, ele vive com uma tia, Alejandra Perez, na cidade de Córdoba. "Kouichi está tendo a infância que quer ter. Ele é feliz assim, estudando", disse a tia à agência BBC Brasil.
A tia explica que a família chegou a achar que ele era autista quando era bebê, mas testes indicaram que ele tinha, aos 4 anos, um quociente de inteligência (QI) mais alto do que a média da idade dele. "A aula não foi tão simples como no segundo grau, mas também não foi tão complicada como cheguei a imaginar", disse Kouichi ao jornal argentino Clarín.
Segundo a tia, o jovem pretende ser empresário e acredita que as faculdades são fundamentais para sua meta. "Sinto enorme emoção por ter aqui uma pessoa tão jovem e tão inteligente na faculdade. Mas sabemos que por ele ser tão jovem também aumenta nossa responsabilidade em relação a ele", disse Daniel Barraco, reitor da Faculdade de Matemática, Astronomia e Física (Famaf) da Universidade de Córdoba, ao jornal.


VEJA A OPINIÃO DE UM ESPECIALISTA SOBRE O ASSUNTO:


Segundo a professora Silvia Colello, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), permitir a uma criança ir à faculdade é inadequado. "A visão de que educação é informação, conhecimento é errado. (...) Educação é uma coisa mais séria do que o acúmulo de informações".
Segundo a professora, o menino pode até ter, de alguma maneira, o conhecimento, mas não é só isso que deve se adquirir na escola. "Esse menino já pode ter o conhecimento, mas fisicamente, socialmente, emocionalmente, sexualmente e em todos os outros aspectos, ainda não é um adulto".
"Ele está queimando etapas em outros processos que são igualmente importantes na formação humana. (...) Devemos aprender valores, a conviver com as diferenças. Ele recebe uma mensagem de que é melhor do que os outros", diz a professora.
Silvia explica que essa queima de etapas pode levar a diversos problemas na vida adulta, até à depressão. "Com 20 anos, ele vai poder ser profissional em três áreas, mas o que ele vai fazer com 50 anos? Vai chegar um momento que ele não vai ter o sentimento da conquista. (...) Se ele fizesse medicina, com 17 anos ele teria maturidade para trabalhar em um hospital?"

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