E.E.F.M. Padre Luís Filgueiras

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Violência na sala de aula



Em dezembro de 2010, um professor universitário de Minas Gerais foi mais uma vítima da violência nas instituições de ensino. Kássio Vinicius Castro Gomes, 39 anos, foi morto a facadas. O principal suspeito, Amilton Loyola Caires, 23 anos, aluno da vítima. Segundo a polícia, o jovem afirmou em depoimento que era humilhado pelo professor e virou motivo de chacota por causa de uma cicatriz e uma falha em um dente.
Universitários, colegas do suspeito, dizem que o jovem foi reprovado na disciplina de Educação Física, lecionada pela vítima, e teria discutido antes da agressão por causa de uma nota aplicada por Gomes.
No Rio de Janeiro, uma discussão por causa de um MP3 player teria sido a causa para a agressão de um aluno a uma professora. A professora acabou com um dedo quebrado por ter recolhido o aparelho e a mochila de um aluno de 13 anos na Escola Municipal Pereira Passos, no Rio Comprido. Ela registrou queixa na polícia.

VEJA A OPINIÃO DE UM ESPECIALISTA NO ASSUNTO:
Segundo o professor Renato Antônio Alves, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), a violência é algo que deve ser debatido na própria escola. Para ele, são dois os principais motivos que levam ao comportamento agressivo: a falta de obediência às regras - não só por parte dos alunos, mas de todos no ambiente escolar - e a falta de respeito à figura do professor - o que, muitas vezes, é culpa do próprio educador.
Alves explica que as regras na escola devem ser claras e respeitadas. Ele afirma que, se um aluno quebra uma regra, ele deve ser levado à diretora e punido adequadamente - chamando os pais para uma conversa, por exemplo. “Hoje, se a professora leva o aluno à diretoria e esta não aplica uma punição, o recado que está sendo dado, tanto ao aluno quanto à professora, é de que as regras podem ser quebradas”.
Por outro lado, o professor deve transmitir segurança, estar predisposto a ajudar e auxiliar o aluno. "O professor que a gente respeitava era aquele que mostrava algum tipo de autoridade, mas não é aquele que grita, que se impõe pela força, mas sim pela autoridade do saber, que ele conquista na relação com o outro, pela admiração pelo saber que ele tem", diz Alves.
"A figura do professor tem uma função mediadora, mas quando isso não acontece, abre espaço para a violência". Segundo o especialista, se o aluno não aprende a respeitar os limites e não vê no professor uma figura de respeito e confiança, ele vai "se virar do jeito que ele conseguir". "Esses casos mostram a limitação que você tem com o diálogo e podem se desdobrar nessas situações que aparecem no jornal (de violência)".

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