E.E.F.M. Padre Luís Filgueiras

sexta-feira, 11 de março de 2016

Mulheres Cabulosas da História

*O Levante Popular da Juventude é uma organização de jovens militantes voltada para a luta de massas em busca da transformação da sociedade.

O mês de março é o mês da Luta Internacional das Mulheres. Antes de ter sido apropriada comercialmente, a comemoração do dia 8 surgiu como uma data que marca a resistência e a luta por direitos para as mulheres, protagonizada por elas ao redor do mundo.

São mulheres corajosas e poderosas com histórias inspiradoras, que dedicaram suas vidas à luta para revolucionar o mundo. Apesar da grande importância — seja na política, ciência, artes e etc. — a maioria delas teve seus nomes escondidos e até mesmo apagados pelo patriarcado, que subvaloriza o papel e o poder das mulheres na sociedade. Por isso, nessa data simbólica, nós mulheres do Levante Popular da Juventude decidimos resgatar essas memórias para homenageá-las e dizer que a história é viva e caminha!

No projeto fotográfico “As Mulheres Cabulosas da História” retratamos 43 dessas personagens, sugeridas pelas próprias fotografadas. Nosso objetivo é mostrar, através da releitura de imagens, que essas mulheres continuam mais vivas do que nunca. Continuamos lutando inspiradas pela trajetória delas que jamais serão esquecidas por nós!

Além disso, o projeto nos mostrou que, infelizmente, ainda temos um número muito reduzido de mulheres negras e indígenas conhecidas e reconhecidas pela história transmitida através da mídia e dos livros. Muitas dessas mulheres tiveram seus nomes ignorados ao longo da história e isso nos atenta para a importância de discutirmos não só o machismo, mas especialmente o racismo.

Acreditamos em um mundo em que mais mulheres consigam se espelhar na força dessas personagens e que sejamos nós as protagonistas da nossa própria revolução!

Confira alguns dos casos citados:
Maria da Penha é cearense e foi agredida fisicamente pelo marido durante todo seu casamento. Sofreu duas tentativas de homicídio: uma por arma de fogo, que a deixou paraplégica, e outra, em que foi eletrocutada durante o banho. Em 2006, o Governo brasileiro decretou a Lei nº 11.340, para coibir a violência contra a mulher, simbolicamente a lei leva seu nome: “Lei Maria da Penha”.

Dandara foi liderança junto ao seu companheiro, Zumbi no do maior quilombo das Américas: o Quilombo dos Palmares. Ela plantava, trabalhava na produção da farinha de mandioca, caçava e lutava capoeira, usava armas para liderar homens e mulheres de resistência do quilombo.

Tarsila do Amaral foi a precursora no Movimento Modernista nas artes plásticas nos anos 20 e 30, em São Paulo. Apesar de pertencer à burguesia paulistana, ela foi a primeira artista a valorizar a cultura e o povo brasileiro em suas obras.

Maria Bonita é chamada de Rainha do Cangaço, que não por acaso, nasceu em 1911 em um 8 de marco, foi uma mulher corajosa, de arma na mão, decidida, que rompeu parâmetros de uma época para seguir um grupo que vivia à margem da lei. Foi a primeira mulher a ingressar no Cangaço e se decidiu se lançar pelo Sertão justamente depois de uma das brigas de um casamento abusivo.

Olga Benário foi membro do Partido Comunista alemão desde 1926, participou do V Congresso da Juventude Comunista e foi presa por três meses, acusada de atividades subversivas. Veio ao Brasil, com o objetivo de liderar uma insurreição armada que instalasse um governo revolucionário, mas foram capturados pela polícia e mesmo estando grávida, Olga foi deportada para a Alemanha para ser executada pelos nazistas, em 1942.

Simone de Beauvoir foi a filósofa francesa, vanguardista do movimento existencialista e que escrevia sobre o feminismo, a luta feminina, as mudanças de papéis sociais estabelecidos, assim como a participação nos movimentos sociais em seus livros. Ela é a referência clássica da literatura feminista.

Carolina Maria de Jesus foi moradora da favela do Canindé, zona norte de São Paulo. Ela trabalhava como catadora e registrava o cotidiano da comunidade em cadernos que encontrava no lixo. Ela é considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil.

Zuzu Angel foi estilista e valorizou a moda brasileira com as rendas cearenses, estampas de chita, cores e formas tropicais. Ela protestou contra o regime militar através de suas estampas, mas após o desaparecimento de seu filho, militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), ela começou a denunciar a tortura e assassinato de jovens presos. Zuzu morreu em 1976, em um acidente de carro provocado por agentes da repressão.

Para ler o artigo do projeto fotográfico “As Mulheres Cabulosas da História” na íntegra clique AQUI.

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